
O mercado financeiro brasileiro e global vivenciou um dia de grande volatilidade e importantes movimentações em 2 de junho de 2025. Notícias sobre o aumento do IOF no Brasil, as novas ameaças tarifárias de Donald Trump e a redução do preço da gasolina pela Petrobras foram os principais catalisadores que impactaram investidores e analistas.
Impactos Nacionais: IOF, Inflação e Petrobras no Radar
No cenário doméstico, a notícia de maior repercussão foi o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida gerou preocupação no setor produtivo e entre economistas, que alertam para os possíveis efeitos no custo do crédito, na inflação de custos e na competitividade das empresas brasileiras. A incerteza em torno de futuras “correções de distorções” pelo governo adicionou um ruído institucional que contribuiu para a cautela dos investidores.
O Boletim Focus do Banco Central trouxe uma leve redução na projeção para o IPCA de 2025 (de 5,50% para 5,46%), embora a estimativa ainda se mantenha acima da meta de inflação. As projeções para a Selic e o dólar foram mantidas, indicando uma estabilidade nas expectativas de política monetária e câmbio para o período.
Em um movimento que pode aliviar a pressão inflacionária, a Petrobras anunciou uma redução de 5,6% no preço da gasolina para as distribuidoras. Essa medida pode ter um impacto positivo na inflação de junho, trazendo um fôlego para o consumidor e para a economia.
Outros destaques nacionais incluíram a disparada das ações da Gol, impulsionadas pela expectativa de saída da recuperação judicial, e o crescimento de 1,4% do PIB brasileiro no primeiro trimestre de 2025, puxado pelo agronegócio e pela demanda aquecida, um sinal positivo para a saúde econômica do país. O Ibovespa fechou em queda, refletindo a cautela global e a tensão interna com o IOF, enquanto o dólar recuou, influenciado por fatores externos e as novas tarifas de Trump.
Cenário Global: Tarifas de Trump e Preço do Petróleo Movem Mercados
Internacionalmente, as declarações de Donald Trump sobre a duplicação das tarifas sobre aço e alumínio foram o principal ponto de atenção. As ameaças geraram tensões comerciais e cautela nos mercados globais, especialmente em relação à China. No entanto, para empresas siderúrgicas brasileiras como a Gerdau, a notícia impulsionou suas ações, em uma dinâmica de proteção ao mercado doméstico.
Os preços do petróleo subiram quase 3%, impulsionados pelo aumento das tensões geopolíticas e pela decisão da Opep+ de manter a produção inalterada, sinalizando um compromisso com a estabilidade do mercado.
Nos Estados Unidos, as bolsas de Nova York tiveram um pregão volátil, mas encerraram em alta, com o S&P 500 se destacando devido ao desempenho das siderúrgicas. O índice de atividade industrial (PMI) dos EUA, contudo, registrou uma queda para 48,6 em maio. A preocupação com o aumento da dívida dos EUA também foi levantada, com o presidente do JPMorgan alertando para um “grande problema” caso o dólar perca seu status de valor refúgio.
Em resumo, o dia foi marcado por uma complexa interação de fatores domésticos e globais, gerando um ambiente de volatilidade no mercado financeiro, mas também com pontos de otimismo, como o crescimento do PIB brasileiro e a recuperação da Gol. Investidores seguem atentos aos desdobramentos dessas notícias nos próximos dias.